Foto de um homem com um notebook no colo
Devo ou não colocar no currículo que perdi meu emprego por causa da pandemia?

Especialista explica a importância de justificar motivo da demissão neste momento de perda de empregos por causa do coronavírus; veja modelo de currículo e a importância das palavras-chave.

Os profissionais que perderam o emprego por causa de cortes na empresa em decorrência da pandemia de coronavírus podem colocar no currículo o motivo da demissão. Para a especialista em recolocação e carreira Taís Targa, essa regra vale tanto para profissionais com anos de empresa quanto para quem era contratado há menos de um ano.

“Se o profissional estava tendo um desempenho ótimo e foi dispensado meramente por causa da pandemia, é importante colocar no currículo o motivo de saída: crise global, pandemia ou Covid-19. Pode deixar isso claro para o recrutador”, afirma.

Taís Targa indica colocar o motivo da saída logo abaixo da descrição das atividades do cargo. “O candidato pode colocar redução de quadro em função da pandemia de Covid-19 ou algo nesse sentido logo abaixo das atividades que desenvolvia. Pode colocar só no último cargo ou também fazer uma carta de apresentação, no texto do e-mail, dizendo que a demissão ocorreu por conta da pandemia”, orienta.

Segundo ela, é muito fácil hoje em dia justificar uma demissão. “Vamos imaginar que já se passaram dois, três anos, já se recolocou e está fazendo outra entrevista de emprego e o recrutador pergunta: e no ano de 2020 aqui nessa empresa, por que você saiu? E você vai falar: devido à pandemia, crise mundial. O recrutador lá no futuro nem vai questionar isso porque você não está sozinho”, diz.

A consultora ressalta que é muito importante no momento de saída da empresa pedir cartas de recomendação, seja do ex-chefe ou até de ex-colegas de trabalho porque, segundo ela, isso ajuda muito na hora de o contratante tomar a decisão.

Preparação é importante

Taís salienta que, em épocas de desemprego grande como agora, o preparo é mais importante que nunca. “Antes de sair disparando todo seu material, revise e adeque seu currículo, esteja preparado para entrevistas e dinâmicas de grupo online”, afirma.

Segundo a especialista, alguns segmentos achatam durante a crise e outros crescem consideravelmente, então o foco na busca por novas oportunidades deve estar nas empresas que estão contratando. “Não é muito inteligente que você saia enviando currículos para empresas que você sabe que não contratam ninguém, que estão achatando e demitindo muitos profissionais. É muito importante que você seja estratégico nessa busca pela recolocação”, ressalta.

A consultora de carreiras lembra que o candidato deve cuidar de seu psicológico e de sua rotina para chegar bem na entrevista e aumentar suas chances de ser contratado.

Currículo e palavras-chave

Taís Targa salienta que um dos principais erros dos candidatos no currículo é a falta de palavras-chave. Ela explica que, quando o candidato a uma vaga manda as informações de seu currículo para um banco de dados que vai passar por inteligência artificial, um dos critérios para ele ser selecionado é o critério de ranqueamento através dessas palavras-chave.

“Se o candidato fizer um print de todas as vagas às quais ele aplicou verá que algumas palavras e requisitos imprescindíveis se repetem. Aí eu pergunto: essas palavras estão bem descritas, bem apresentadas no seu currículo?”

Ela aconselha não deixar de colocar palavras essenciais nas descrições dos cargos, experiências profissionais, realizações e resultados.

Para candidatos com mais de 5 anos de experiência, ela recomenda ainda fazer um resumo de qualificações também com essas palavras-chave.

“Essas palavras-chave você coloca no currículo, no resumo, na experiência profissional porque elas vão te ajudar a ser selecionado principalmente quando for por inteligência artificial. Não precisa ser prolixo ou repetitivo, mas é importante que você coloque pelo menos no seu resumo de qualificações e na experiência profissional, de preferência abaixo de cada cargo”, finaliza.

Fonte: G1